O filme Orações para Bobby, protagonizado por Ryan Kelley e pela indicada ao Emmy como Melhor atriz de Filme Televisivo, Sigourney Weaver, reproduz a biografia de Mary Griffith e seu filho, Bobby, ambos presbiterianos. Baseado no livro de Leroy F. Aarons, o diretor Russell Mulcahy consegue trazer à tona o conflito sobre a aceitação do homossexualismo na sociedade contemporânea.
Na narrativa, Mary é uma cristã devota à Igreja Presbiteriana, a qual cumpre à risca todos os seus ensinamentos e suas demandas necessárias com fé cega. Porém, ao descobrir que seu filho é homossexual, o expõe a tratamentos duvidosos para a cura dessa condição. Junto com o resto de sua família e os amigos do filho, ela distorce a religião fervorosa que possui em uma obsessão sem resultados prósperos, visto que Bobby se sentia, inevitavelmente, como uma aberração condenada ao inferno.
Explicando suas ações através da Bíblia, como respaldo para os seus preconceitos, a família não aceita a essência de Bobby e o abandona permanentemente. Fadado a se mudar de Walnut Creek, Califórnia, para Portland, Oregon, onde se encontra sozinho e desesperado, ele se vê sem saída ao sofrer outra desilusão amorosa. Sucumbido à pressão da sociedade, comete suicídio, ao pular de um viaduto sobre a autoestrada, em 27 de agosto de 1983.
A mãe se arrepende apenas depois de encontrar um diário de Bobby, cujo conteúdo era repleto de questionamentos sobre Deus e sobre ser gays, além de todo seu sofrimento interno. Diante da tristeza extrema que sentia, Mary, então, liderou a PFLAG – Pais, Família e Amigos de Lésbicas e Gays, instituição de apoio aos jovens com histórias semelhantes a de Bobby. Por fim, a trama é emocionante e compreende atuações memoráveis, que transcendem o espectador a uma sucessão de sentimentos aleatórios sobre a polêmica.
“Ele queria ser escritor. Suas esperanças e seus sonhos não deveriam ser tomados dele, mas se foram. Há crianças como Bobby presentes nas suas reuniões. Sem que vocês saibam, elas estarão ouvindo enquanto vocês ecoam ‘amém’. E isso logo silenciará as preces delas. Suas preces para Deus por entendimento e aceitação e pelo amor de vocês. Mas o seu ódio e medo e ignorância da palavra ‘gay’ silenciarão essas preces. Então… Antes de ecoar ‘Amém’ na sua casa e no lugar de adoração, pensem. Pensem e lembrem-se. Uma criança está ouvindo” – Mary Griffith.
Texto: Ravelle Gadelha
Ficha técnica
Título Original: Prayers for Bobby
Ano: 2009
Direção: Russell Mulcahy
Roteiro: Leroy F. Aarons
Gênero: Drama
Duração: 89 minutos
Origem: Estados Unidos da América