O Studio Ghibli, empresa japonesa responsável por algumas das animações mais bem sucedidas do cinema em anos recentes, anunciou a interrupção temporária de suas atividades. Hayao Miyazaki, diretor de clássicos do estúdio, como “A Viagem de Chihiro”, decidiu se aposentar. Ele pode ser considerado o coração do estúdio.
O Studio Ghibli foi fundado em 1985, por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki e seu primeiro filme foi “O Castelo no Céu”, lançado em 1986. Porém, seus grandes sucessos, ambos lançados em 1988, consistiram em “O Túmulo dos Vagalumes” e “Meu Amigo Totoro”, esse último tendo seu personagem principal utilizado como logo da empresa.

Em seguida, outros sucessos despontaram, como “O Serviço de Entregas da Kiki”, de 1989, “Porco Rosso: O Último Heroi Romântico”, de 1992 e “Princesa Mononoke”, de 1997. O filme mais bem-sucedido do Studio é “A Viagem de Chihiro”, de 2001, que ganhou o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003.
Para Alano Dantas, estudante de Publicidade e Propaganda e apreciador das obras do Studio, é difícil surgir algo do gênero próximo à qualidade dos filmes do Studio Ghibli. “Ninguém reproduz fantasia em filmes como o Studio e Hayao Miyazaki”, comenta. Já Gabriela Rodrigues, também estudante de Publicidade, acredita que a falta de novas produções do Studio será uma perda para o gênero. “As histórias têm significados muito ricos e ocultos. Muita simbologia que, de fato, não são direcionados para o público infantil”, explica.
Segundo Toshio Suzuki, numa entrevista para um programa da TV japonesa, o Studio não produzirá novos filmes nos próximos anos por motivos financeiros. Hayao Miyazaki, em entrevista ao site Buzz Feed Entertainment, anunciou o motivo de sua aposentadoria: “O trabalho de animação é uma construção de tijolos e argamassas. E eu senti que eu não seria mais capaz de colocar um tijolo”, declara. O último filme do estúdio foi “Omoide no Marnie”, lançado no Japão ainda esse ano, sem previsão para chegar ao Brasil.
Texto: Vitor Lutif