Constituído pelos gêneros drama e suspense, além de possuir características de ficção científica, “A Pele Que Habito” é um filme baseado no romance “Tarantula”, de Thierry Jonquet. Lançada em 2011, a obra foi aclamada pelo público e pela crítica, sendo indicada a concorrer o Palma de Ouro, prêmio de maior prestígio do Festival de Cinema de Cannes.
Considerado popularmente como “O Frankenstein moderno”, o filme narra a trajetória de Robert Ledgard, vivido por Antonio Banderas, um cirurgião plástico que, após a perda de sua mulher em um acidente, torna-se obcecado pelo desenvolvimento de uma pele resistente a tudo. A trama explora temas como vingança, morte e sexualidade por meio dos delírios e conflitos pessoais do médico. Banderas compõe um personagem que, atormentado pelas inquietações do passado, faz uso de todo seu arsenal cirúrgico para obter uma punição que considera necessária.
A exploração de gêneros sexuais na obra é conduzida de forma envolvente. Aliada à análise psicológica do “eu”, tal exploração delineia momentos relevantes da obra, a partir da transsexualidade forçada de um dos personagens. Culmina-se, dessa forma, na quebra de identidade social, outra temática abordada intensamente no contexto.
Almodóvar explora também a quebra da linearidade da narrativa fílmica. Alterna-se frequentemente entre momentos passados e presentes. O espectador é conduzido, de forma íntima, a acompanhar os desfechos da história, os quais são imprevisíveis — uma das características pertinentes no enredo almodovariano.
Texto: Matheus Facundo
Ficha Técnica:
Título original: La Piel que Habito
Ano: 2011
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar, Augustín Almodóvar, Thierry Jonquet
Gênero: drama/suspense
Duração: 1h57min
Origem: Espanha