Jornalismo policial: realidade e polêmicas marcam debate da Semana de Comunicação

Foto: Thaís Mesquita
Foto: Thaís Mesquita

Dando continuidade a programação da I Semana de Comunicação da Unifor, a mesa “Ligar para a imprensa, para a polícia ou postar no facebook?” reuniu alunos da Unifor e de outras universidades em uma animada discussão sobre redes sociais e jornalismo policial na última terça-fera (19).

Contando com a presença do jornalista e apresentador do programa policia Rota 22, Marcos Lima e do repórter dos programas Cidade 190 e Cidade Alerta Ceará, Reydenes Barbosa, o debate levantou temas como: a rotina da redação de um programa policial, maior idade penal, banalização da violência e o papel do jornalismo na cobrança por uma sociedade mais justa.

Marcos Lima abriu sua fala destacando o papel social da grande mídia, frisando aos estudantes de comunicação o compromisso que todos devem ter com a comunidade, estado e país em que vivem. “Nós não comunicamos tudo que a comunidade precisa saber. Há uma diferença muito grande em informar e formar opinião. Há uma diferença muito grande entre a notícia e a informação: a notícia passa, a informação fica. É preciso que vocês, futuros profissionais, tenham em mente essa ideia da comunicação em serviço da comunidade, das pessoas”, ressaltou.

“Aqui no Brasil a lei diz que a cada quinze anos as empresas de rádio e de televisão têm que prestar contas com o conselho do ministério das comunicações. Esse conselho verifica se a empresa está cumprindo com o seu papel social, ou seja, o papel de comunicar para a sociedade”, explicou o jornalista.

Foto: Thaís Mesquita
Foto: Thaís Mesquita

Completando a fala do colega, Reydenes Barbosa destacou o papel que as redes sociais têm cumprido no auxilio à população. “Nós recebemos centenas de vídeos todos os dias, enviados pelos nossos telespectadores. Sobre os mais diversos temas, desde falta de iluminação, até a violência em determinada região. É um meio que a população tem utilizado para dar realmente voz aos seus problemas e seus anseios. As redes sociais são de suma importância para darmos a cara da população aos nossos programas e tentar trazer uma solução para alguns desses problemas denunciados, já que o poder púbico não tem feito o seu papel corretamente em muitos âmbitos sociais”.

O preconceito

Quando questionado sobre sua experiência de anos na área do jornalismo policial e se notava-se algum preconceito com esse tipo de programação, Marcos Lima foi categórico. “Esse preconceito contra os programas policiais depende da classe social. Muitas vezes as pessoas que são de um nível mais abastados não admitem que assistem esse tipo de programa, muitas vezes falam que assistem porque a secretária da casa assiste. Mas a grande maioria das pessoas nos vêem como alguém discutindo o problema que mais aflige a sociedade que é a falta de segurança publica. Eu não vejo esse preconceito contra o meu trabalho, contra a minha atuação na televisão, mas noto, sim, preconceito contra programas policias que exageram ao passar esse tipo de informação – porque há sim exageros em alguns desses programas policiais”, apontou.

Ao continuar sua fala, Marcos destacou a atuação de seu programa como prestação de serviço à população. O jornalista narrou a atuação do Rota 22 em questões de interesse publico e as conquistas feitas após denuncias no ar. O jornalista deu o exemplo da quantidade de presos que ficavam internados por longos períodos no Instituto Dr. José Frota (IJF). Muitos deles, misturados com a população, ameaçavam pacientes, médicos e enfermeiras para ter acesso a objetos cortantes ou celulares.

“Eu passei a questionar o quanto essa situação é constrangedora para um cidadão de bem, que, por necessidade, muitas vezes tem que ficar ao lado de um preço algemado na maca ao lado. Outra questão é a segurança, há relatos de profissionais sendo ameaçados por presos: eles exigem bisturi, querem ter acesso a tesouras. Ameaçam enfermeiras, ameaçam técnicos de enfermagem. Passei a levar várias pessoas para falarem desse assunto no programa e surtiu efeito, ligamos para saber quantos presos estavam internados e a quantidade baixou de quinze para seis presos por semana. Isso significa o que? Que o problema não era estrutura, mas sim gestão. Quando a imprensa começou a questionar, as pessoas de direito começaram a agir!”, narrou o jornalista.

Mudanças

Outra questão abordada durante a mesa foi a super exposição da violência. Quando questionados sobre essa tocante, ambos os convidados se opuseram veementemente a exibição de corpos ou cenas violentas em programas que geralmente são transmitidos em horário de almoço.

“Acho que essa exposição da violência, mostrando corpos ensaguentados, por exemplo, é totalmente desnecessária. Para falarmos sobre a violência não é necessário expormos a vitima dessa forma, isso é escandalizar e eu não estou ali para escandalizar, estou ali para fazer jornalismo. Se dependesse de mim isso não existia mais, mas há um medo de retirar esse tipo de conteúdo e esses programas percam audiência, porque uma parcela enorme da população sente curiosidade sobre isso e quer ver. Muitas vezes em que não mostramos essas imagens, recebemos email e ligações perguntando por que não mostramos mais os corpos, acreditem!”, explicou Marcos Lima.

Foto: Thaís Mesquita
Foto: Thaís Mesquita

O jornalista destacou, ainda, sua intenção de tornar essas matérias mais reflexivas e tentar uma aproximação com a academia. “Acho que a violência, ou a falta de segurança, não é algo que depende só da polícia. Quando as pessoas chamam a policia é porque muitas outras coisas falharam. O menino foi para o crime porque primeiro falhou a família, depois a escola e, acima de tudo isso ai, falhou o Estado, que não apoiou a família, não forneceu educação de qualidade ou saúde de qualidade. Então podemos tratar a violência de uma forma muito mais educativa, de modo muito mais reflexivo. Temos que analisar tudo isso e deixar a população saber e compreender o que realmente causa esse quadro que temos hoje”, prosseguiu Marcos.

“O jornalista policial pode exercer um papel diferenciado, um papel social sim! Não tem segredo, na cobertura temos que sair do comum: quantos tiros aquele indivíduo levou, se a perícia chegou, se a policia isolou a área. É discutir, por exemplo, se o irmão da vítima ou o vizinho está vendo aquela situação de crime como algo comum, algo que já faz parte da rotina. É trazer para a sua fala uma cobrança, um apelo para as autoridades, mostrando a realidade daquele povo”, completou Reydenes Barbosa.

 

Texto: Juliana Teófilo

Redes sociais e projetos culturais em pauta

Foto: Thiago Gadelha
Foto: Thiago Gadelha

A I Semana de Comunicação da Universidade de Fortaleza teve início na manhã da segunda-feira (18), no Teatro Celina Queiroz. A primeira mesa do evento teve como tema Concepção, Gestão e Realização de Projetos Culturais e sua relação com as redes sociais. Contou com a presença da professora e jornalista, Bete Jaguaribe; do Secretário da Juventude de Fortaleza e sociólogo, Élcio Batista; do artista gráfico Narcélio Grud e, como mediadora, a proprietária da ATO Marketing Cultural, Ivina Passos.

O evento é novidade no calendário acadêmico da Unifor, já que nos onze anos de existência do curso de Comunicação Social da instituição não havia sido realizada uma semana totalmente voltada para a área de Jornalismo e Publicidade. Organizado pelo Diretório Acadêmico Patativa do Assaré (Dapas), a I Semana de Comunicação trouxe, por três dias, mesas de debate, oficinas e intervenções artísticas.

Dando início à primeira mesa do evento, a mediadora Ivina Passos apontou que as redes sociais foram responsáveis pelo fortalecimento da gestão da marca pelo patrocinador, visto que o relacionamento é fortalecido. “O relacionamento com a marca ganha parâmetros gigantescos: eu consigo me relacionar com a mídia, consigo me relacionar com o meu patrocinador, me relaciono com o público, com a classe para a qual aquele projeto foi feito. A rede social nos dar a possibilidade de aproximação, engajamento e troca”, destacou.

Foto: Thiago Gadelha
Bete Jaguaribe. Foto: Thiago Gadelha

Bete Jaguaribe deu continuidade ao debate apontando sua experiência pessoal com o campo virtual. “Comecei a trabalhar com gestão cultural em 1992, quando sai do jornalismo para me dedicar exclusivamente a essa área. Agora vocês imaginem a minha dificuldade de adaptação a essas novas tecnologias, essa realidade virtual, já que sou da geração gutenberguiana”, brincou.

A jornalista destacou, ainda, a dificuldade de compor equipes culturais que saibam lidar com as redes sociais, porém, mais do que isso, saibam alimentá-las e torná-las atraentes para o público crescente que as consome. “Acho que um dos maiores desafios de incorporar o uso das redes sociais na lida com projetos culturais é compor uma equipe competente que saiba acompanhar a evolução dessas mídias sociais e, mais do que isso, acompanhar o ritmo alucinado que é a produção de conteúdo para essas mídias. É difícil compormos uma equipe que atenda a esses requisitos e que saiba tocar esse tipo de mídia com responsabilidade”, compartilhou Bete.

Bete, porém, não deixou de destacar a importância do mundo virtual para o campo cultural. “Acho que o mundo virtual tem que estar presente desde o momento da concepção do projeto cultural. Inclusive na perspectiva de criar no chamado mundo real uma rede capaz de financiar o próprio projeto”. Para embasar seu discurso, Bete exemplificou com a iniciativa chamada crowdfunding, que nada mais é do que a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo através da agregação de múltiplas fontes de financiamento, ou seja, financiamento coletivo.

Sobre essas ações no campo das redes sociais, Bete alertou. “Quando pensamos em divulgar um projeto nas redes sociais, achamos que nossas próprias redes de amigos e conhecidos bastará para uma divulgação forte. Isso não acontece. O projeto tem que ser capaz de conformar comunidades que possam se transformar em usuários engajados no projeto. São esses usuários, seduzidos por aquela ideia, que vão, espontaneamente, divulgar o projeto”, explicou.

“A experiência indica que a centralidade das redes sociais em qualquer processo que exige diálogo com o publico maior é um fato. As demandas principais são: conteúdos de qualidade, capacidade de conexão com a experiência social e ao mercado a ser conquistado. Talvez nós devêssemos formar alunos radicalmente preparados mais para mundo virtual do que para o mundo impresso, visto que a comunicação impressa e televisiva estão sendo desafiadas a acompanhar o ritmo das novas mídias e construir um diálogo com elas”, finalizou Bete Jaguaribe.

“Se algum dia existiu a ideia de que conhecimento é poder, essa ideia tem que ser revista”, aposta Élcio Batista

Élcio Batista deu continuidade à discussão abordando o termo “redes sociais”. O sociólogo destacou que redes sociais sempre existiram, que o ser humano sempre se organizou em redes, em grupos, para, primeiramente, sobreviver na natureza e, depois, para estabelecer uma relação de comunidade. “Foi o fato de nos associarmos, de nos compormos em redes, que produziu a civilização em que vivemos atualmente”, explicou.

Foto: Thiago Gadelha
Élcio Batista. Foto: Thiago Gadelha

A teoria de Élcio é que as redes sociais ganharam outra dimensão: virtual, etérea, não palpável. “Nós vivemos numa era over, numa era em que nós temos uma abundância muito grande de tudo: informação, por exemplo, conhecimento também. Se algum dia existiu a ideia de que conhecimento é poder, essa ideia tem que ser revista. Claro que conhecimento ainda é poder, porém, o conhecimento se democratizou de uma forma extrema, ou pelo menos as condições de acesso ao conhecimento”, apontou o sociólogo.

“Essa era over tem como princípio ordenador a ciência e a tecnologia. Foram a ciência e a tecnologia, numa revolução que aconteceu mais ou menos há 400 anos, que impulsionaram para que nós pudéssemos viver hoje numa era over”, continuou Élcio.

Para o sociólogo, atualmente, além da velocidade, que é a palavra de ordem da era over, vivemos também numa constante instantaneidade. “Essa instantaneidade produz uma ideia de urgência muito grande em todos nós. De um modo geral todos nós vivemos estressados, porque, por exemplo, se uma pessoa manda uma mensagem para você e você não responde, aquilo gera um estresse em você porque você tem que responder e gera um estresse na pessoa com a qual você está falando porque ela quer a resposta agora. Em breve vamos ter que colocar uma tarja preta nas redes sociais e avisar do perigo de passar muitas horas nas redes sociais”, brincou Élcio.

Nárcelio Grud. Foto: Thiago Gadelha
Nárcelio Grud. Foto: Thiago Gadelha

O artista gráfico Narcélio Grud procurou dar destaque à sua experiência no campo das artes urbanas e a divulgação desse trabalho nas redes sociais. “Divulgo vídeos, por exemplo, no formato para redes sociais e isso já me rendeu portas abertas e vários lugares do mundo. Tive a oportunidade incrível de comprovar isso quando viajei e outro artista me reconheceu de um vídeo que eu tinha postado. Essa pessoa acabou me levando para conhecer outros artistas, me hospedei na casa do cara. Enfim, foi uma experiência maravilhosa e tudo isso por um vídeo que o cara viu!”, exclamou o artista.

Para concluir, Grud alertou sobre os perigos de estar constantemente voltado para as redes sociais. “O mundo virtual é o que o nome diz: virtual. E como toda ferramenta, tem essa dualidade, lado bom e lado ruim. Vamos nos preocupar mais com o que postamos, com o que compartilhamos, com o que consumimos. Vocês que são futuros jornalistas, futuros publicitários, que serão as pessoas que vão alimentar a população com informação, tenham sempre em mente a responsabilidade que essa função exige”.

 

Texto: Juliana Teófilo e Laís Tavares 

 

 

Confira a galeria:

 

A comunicação na era do compartilhamento

Foto: Avner Menezes
Foto: Avner Menezes

Na manhã desta terça-feira (19), o auditório A2 da Unifor recebeu debate sobre as ramificações no atual cenário das mídias e o excesso de informações. Os jornalistas Adriana Santiago, Plínio Bortolotti e Roger Pires contaram um pouco de suas experiências sobre o que é comunicar na era das redes sociais. O evento faz parte da Semana da Comunicação, realizada entre os dias 18 e 20 de agosto, no campus da universidade.

De início, o jornalista Plínio Bortolotti (responsável pelo projeto Jovens Talentos, para estudantes de jornalismo, realizado pelo Jornal O Povo), mencionou o filme Mercado de Notícias, inspirado em uma peça de teatro escrita em 1626. “Essa obra discute o excesso de notícias e ela é tão atual que se tivesse sido encenada numa redação, não mudaria nada. O que mudam são as mídias. Tudo começou com os livros, mas devido o alto custo, não era de fácil acesso. Assim, surgiu o jornal e de repente tudo era notícia”, completou.

Roger Pires. Foto: Avner Menezes
Roger Pires. Foto: Avner Menezes

A quantidade de informações encontradas hoje na internet fez com que Roger Pires (Coletivo Nigéria) apresentasse outro tópico em pauta: a recepção do leitor diante do que é posto na rede. Segundo ele, as pessoas só leem a manchete e já compartilham sem saber do que se trata. “Estamos tendo uma recepção muito passiva da internet e isso me faz pensar que estávamos muito acostumados com a TV, que só nos arremessa informações. A internet está aí não só para recebermos informações, mas também enviar”, afirmou.

Adriana Santiago. Foto: Avner Menezes
Adriana Santiago. Foto: Avner Menezes

No entanto, as pessoas ainda vão checar as notícias em seus sites de confiança. “Nós, jornalistas que tínhamos nossa credibilidade inerente, estamos sendo questionados e nós estamos trabalhando melhor pra isso. Nesse momento estamos em crise e precisamos melhorar. Nesse momento, as redes sociais, esse novo modo de consumir notícias, é a forma que temos para melhorar, estou em uma posição otimista”, empolgou-se Adriana Santiago, professora da Unifor e membro da Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital), agência de notícias que nasceu para levar a agenda social latino-americana e caribenha à mídia internacional.

O debate teve seu encerramento com perguntas da plateia. “Eu achei que as palestras renderam debates interessantes. Apesar de achar que os convidados tiveram pouco tempo para expor suas opiniões, percebi que os alunos foram envolvidos pela temática escolhida, que é bem atual e polêmica. Inclusive, os convidados foram muito bem selecionados e é notável que eles estão realmente dentro dessa realidade das redes sociais e do compartilhamento intenso de informações”, diz Andrezza Albuquerque, aluna de jornalismo da Unifor.

 

Texto: Cidney Sousa

Fotos: Avner Menezes

[Galeria] Gerenciamento de Crise é tema da primeira oficina da Semana de Comunicação

A professora Janayde Gonçalves deu início a primeira oficina da Semana de Comunicação com a oficina que discutiu o conceito de crise (de imagem e de opinião pública) com os alunos participantes Na oficina também foram categorizados os tipos de crise na concepção de diferentes autores e o modo como um assessor deve se portar.

Texto: Andrezza Albuquerque

Este slideshow necessita de JavaScript.

 

 

Ganhadores do Prêmio de Literatura Unifor são anunciados em cerimônia

premio de literatura unifor
Henrique Sá, Aíla Sampaio, Fernanda Coutinho, Batista de Lima e Sânzio Azevedo. Foto: Thiago Gadelha

Foram revelados nessa sexta-feira, 11, os ganhadores do Prêmio de Literatura Unifor 2013, no auditório da biblioteca. O prêmio, subdividido em duas categorias, contemplou o médico psiquiatra Musso Greco (MG), na habilidade Obra Inédita, e a estudante de jornalismo Alana Oliveira (CE), entre os laureados por Trabalhos Inéditos.

Na solenidade, os jurados, que até a premiação mantinham suas identidades em sigilo, foram nomeados pelo professor, membro da Academia Cearense de Letras, e idealizador do prêmio, Batista de Lima. Os 409 trabalhos inscritos (número recorde até então), enviados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e de outros países, como Portugal e Japão, foram julgados pelo membro da Academia Cearense de Letras Sânzio Azevedo, pela professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Fernanda Coutinho e pela professora da Unifor Aíla Sampaio.

Em suas declarações, Batista de Lima ressaltou que ficou impressionado com a qualidade dos trabalhos. “É um livro que pode ser adotado por professores para uso em sala de aula. São textos de alto valor literário que demonstram as tendências atuais de quem está produzindo narrativas”, apresentou na descrição da Coletânea de Contos. Sendo ele o fomentador do projeto na universidade, seu discurso durante a cerimônia foi voltado para a importância de valorizar os escritores, não só para a instituição, como também para a literatura brasileira. “Contar e ouvir histórias é terapêutico”, assegurou.

Para a professora Aíla Sampaio, uma das componentes da comissão julgadora, “os trabalhos eram de excelente nível, por isso a dificuldade em escolher os premiados. Além disso, havia pouco mais de um mês para passar esses trabalhos por uma ‘peneira fina’”.

Premiados

Os ganhadores foram anunciados na ordem do vigésimo lugar até o primeiro e, no fim, o título de vencedor da categoria Obra Inédita foi concedido ao médico psiquiatra mineiro Musso Greco. Seu livro Orates (Contos Líricos), foi publicado e o autor foi presenteado com uma viagem a Washington, para conhecer a biblioteca nacional.

musso greco premio de literatura
Musso Greco. Foto: Thiago Gadelha

Entre os 20 contos escolhidos para a Coletânea do Prêmio, Liquefeito, da estudante de jornalismo Alana Oliveira, narra a história de um menino de rua sob o olhar de um flâneur. “O elemento mais significativo, a mim, é ter um texto marginal, atentando para uma das tantas histórias mesquinhas, de pessoas condenadas à apatia, selecionado num concurso erudito. A alegria não se manifesta pelo prêmio, mas pela possibilidade de tocar alguém, ainda que distante da situação descrita, com algo que não é raciocinado, mas sentido e chorado no papel”, esclareceu.

alana oliveira prêmio de literatura 2
Alana Oliveira. Foto: Thiago Gadelha

  Homenagem

Aproveitando-se do evento solene e literário, a coordenadora do Grupo Mirante de Teatro da Unifor, Kelva Cristina, prestou uma homenagem ao ator cearense José Wilker, que faleceu no último dia 5, ressaltando todo seu talento como diretor, escritor, ator e crítico de cinema.

  Texto: Andrezza Albuquerque