[Retratos e Perfis] Nos passos de Vera Passos

Carros e mais carros chegam e saem a todos os instantes. É justamente o tráfico de automóveis na frente da Academia Vera Passos. O som da música é perceptível a partir da calçada. Logo nos primeiros instantes, a presença dominante de garotas e mulheres andando e correndo de um lado para o outro é notória. “Gabiiiii, trouxe a sapatilha?, grita uma menina ao fundo. “Mulheeeer, tá na mochila. Pega lá”, responde a outra.

Perto da recepção o papo de um grupo de amigas já é outro: “Manu, você perdeu a coreografia da aula passada”, diz uma delas. “Mas é super fácil”, diz a segunda. “Vamo (sic) ali na varanda que eu te passo tudo, mas como foi o niver da Mari?”, pergunta a terceira. “Gente, foi tudo!”, responde Manu dirigindo-se à varanda com as amigas.

– A Vera já chegou? Marquei uma entrevista com ela, digo à uma das funcionárias.
– Ah! Vera me falou da sua vinda. Mas assim, ela tá em aula agora, responde a secretária.
– Posso ver um pouco?
– Claro! É na sala logo ali na frente.
– Eu te levo lá, diz uma das alunas.

A garota estava ali observando toda a conversa. Aparentava ter seus 12 anos de idade.

– Por que a entrevista com a tia Vera?, ela me questiona e continua: Sou Amanda.
– Trabalho de faculdade, respondo.
– Eita!, surpreende-se ela.

Ao chegar na sala, há uma certa dificuldade para ficarmos mais próximos da porta. Algumas mães estão ali, observando orgulhosamente cada salto e pirueta feita por suas filhas. A aula já tinha começado há uns 15 minutos. E de acordo com Amanda, “tia Vera nunca atrasa!”.

Vera Passos durante sua aula de Jazz. Foto: Milenne Haeer.
Vera Passos durante sua aula de Jazz. Foto: Milenne Haeer.

Após os 35min de espera observando aquele local, aquelas meninas – com suas sapatilhas e aranhas (um estilo de sandália para dança) – chega a hora da entrevista com Vera Elizabeth Picanço Passos, mais conhecida como Vera Passos.

Vera se direciona a mim com um sorriso no rosto e diz: “Deixa eu sou me arrumar um pouco que tô toda descabelada. Te acalma aí”. Tia Vera me convida a entrar na sua sala para a entrevista. “Aqui não é muito grande, mas é aconchegante”, afirma.

Ah! Sobre fotos aqui no escritório, não heim! Deixa pra tirar as fotos daqui a pouco, durante a aula. É que aqui é um local mais particular.

No ambiente, com mesa de vidro e objetos bem organizados, há inúmeros cd’s. “Esses aí são apenas alguns dos quais utilizo nas minhas aulas. Tem de tudo aí. Sou quase uma DJ (risos)”, declara Vera.

Apesar de ser dona de um acervo de mais de 2500 cd’s, ela afirma ser incapaz de ouvir música quando chega estressada em casa.

“Eu não escuto música em casa porque eu já passo o dia inteiro na academia escutando música. Só vou ao meu acervo para escolher alguma música para montar as coreografias”.

Vera diz ser uma pessoa que não para quieta. “Tô aqui na entrevista, mas ao mesmo tempo tô pensando na coreografia da aula. Ah! Comigo é assim, meu filho. Minha cabeça é um turbilhão (risos)”.

Concentração na aula da tia Vera. Foto: Ícaro Paio.
Concentração na aula da tia Vera. Foto: Ícaro Paio.

Por influências familiares (já que sua mãe, Regina Passos, é a pioneira do ballet clássico em Fortaleza), ela sempre esteve próxima da dança.

“Nasci praticamente dentro de uma academia de dança. Então, seria impossível não sentir a arte de mexer o esqueleto por perto. Mas também sou muito ligada nas outras artes. Gosto muito de trabalhos manuais, adoro pintar. Já fiz até aulas de violão, menino. Tá pensando o quê!”.

Ela começou no ballet clássico e no sapateado, mas se identificou mesmo com o jazz aos 13 anos de idade. “Pronto, é aqui. Minha praia é essa”, relembra Vera. Quando era pequenina não imaginava que seguiria a profissão de bailarina.

“Era uma criança tímida e tinha medo de olhar nos olhos das pessoas, mas aos meus 14 anos eu mudei completamente minha personalidade. Acho que o Jazz me ajudou (risos). Fiquei muito determinada. Às vezes, quebramos a cara, mas é preciso aprender com os erros”.

A partir daí, Vera começou a estudar a modalidade com sua irmã, Claudia Borges, passando a ser sua assistente e, logo em seguida começou a ensinar a ‘”arte de mexer o esqueleto”. Vera passou a se envolver tanto com seu trabalho de professora que abandonou a faculdade de Pedagogia que cursava na época para poder viajar e se aperfeiçoar na dança. E foi justamente em uma dessas viagens que acabou conhecendo um dos seus incentivadores, Lennie Dale, que a apresentou a Marly Tavares, professora de dança no Rio de Janeiro.

Aos 19 anos, ela se casou e prestes a completar seus 20 anos de idade teve seu primeiro filho. Na época, ela dava oito aulas por dia para poder ter seu dinheiro e viver razoalvelmente bem.

“No início da minha carreira não queria ajuda da minha mãe. Queria me sustentar. Tenho muito orgulho de ser filha dela, mas naquela época eu queria ser reconhecida pelo meu trabalho”.

Todo o empenho no trabalho valeram a pena. São mais de 90 prêmios acumulados, sendo 60 deles com colocação em 1° lugar. Entre seus espetáculos de maiores destaques estão “Harry Potter” (2001), “Gatos” (2002), “Reino” (2008) e “Ogro” (2009) – estes três últimos inspirados nos musicais da Broadway “Cats”, “The Lion King” e “Shrek” respectivamente. Atualmente, é coreógrafa e professora de dança da academia que leva seu nome – a Academia Vera Passos – além de ser um dos principais nomes de destaque no Festival de Dança Joinville em Santa Catarina.

Confira a entrevista com Vera Passos que nos contou um pouco sobre o ‘Pano de Boca’, seu primeiro grupo de dança; a criação da Academia Vera Passos; histórias e bastidores dos espetáculos já apresentados; além de comentar sobre as dificuldades enfrentadas por grupos independentes de se manterem da dança.

Foto: Rychelme Braga.
Foto: Rychelme Braga.

Como iniciou sua careira na dança?
Nasci dentro de um academia de ballet clássico, mas não me identificava com o estilo apesar de achá-lo a base de tudo. Quando minha irmã, Claudia Borges, abriu a academia de dança moderna dela, comecei a estudar jazz com ela e me apaixonei. Me tornei sua assistente e logo em seguida assumi algumas turmas de baby class. Já em relação ao sapateado eu sou autodidata.

A partir de quando começou as viagens para estudar dança?
Eu ainda estava na academia da minha irmã quando comecei a viajar para o Rio de Janeiro. Lá, procurei Marly Tavares por intermédio do Lennie Dale. Passei a ir para o Rio todos os anos. Conheci Vilma Vernon, Tânia Nardini entre outros. Depois, comecei a ir para Nova Iorque e em 1990 abri minha própria academia.

Mas antes de fundar a academia você criou o grupo ‘Pano de Boca’, certo?
Isso. Criei o meu grupo profissional, já que a dança se tornou fundamental na minha vida. O primeiro espetáculo do ‘Pano de Boca’ foi em 1984 e pelo fato de serem meninas de 14 e 15 anos e eu com 24 anos, tentei trabalhar profissionalmente, mas o bom é que o grupo deu certo e permaneci com ele por mais 15 anos.

Foto: Arquivo pessoal.
Foto: Arquivo pessoal.

Logo veio a Academia Vera Passos. No início dava pra se manter com o lucro gerado com as aulas?
Quando comecei como professora era complicado porque dava muitas aulas, estava casada e já tinha meu filho. Não queria ajuda da minha mãe. Tinha que me sustentar sozinha.

Vivia bem, mas com a ‘grana apertada’.

Teve algumas dificuldade para montar a Academia Vera Passos?
Sim. Não tinha tantos recursos financeiros, mas tinha juntado uma quantia e a investi toda na academia. E apesar dos problemas financeiros, a maior dificuldade foi com minha irmã Cláudia porque ela ficou muito chateada comigo. Ela não admitia ter uma concorrente. Terminei meus trabalhos com ela e disse que queria seguir meu caminho. Ficamos um tempo afastadas. Não contei para ninguém que tinha saído da academia dela e quando abri minha academia metade das pessoas vieram comigo. Aí, ela ficou mais revoltada. Nunca quis ‘bater de frente com ela’, pelo contrário. Hoje em dia, somos super amigas – ela é minha madrinha – e a revolta dela foi grande porque ela me tinha como filha.

Quais as dificuldades que você percebe em relação ao cenário da dança no Ceará?
Primeiro, não temos a valorização que merecemos. O público não vai assistir aos espetáculos. Existe uma ignorância cultural em cima do Norte/Nordeste. Não é só aqui no Ceará. No Piauí e Maranhão é do mesmo jeito. Já fui ensinar lá e não há valorização. Uma grande parte das pessoas não procuram cultura. Quando os nacionalmente conhecidos estão na cidade, os eventos lotam, mas quando é o artista da terra… cadê? Meu trabalho, apesar de ser um espetáculo acadêmico – pelo fato de terem crianças e adolescentes -, tem sempre muita qualidade. Prezamos sempre pelo melhor e a cada dia estamos evoluindo. Todos nós estamos evoluindo, mas apoio não temos nenhum.

[…] não temos a valorização que merecemos. O público não vai assistir aos espetáculos. Existe uma ignorância cultural em cima do Norte/Nordeste.

Foto: Rychelme Braga.
Foto: Rychelme Braga.

Eu tento elevar tanto o meu nome quanto o nome do Ceará mundo afora e tenho conseguido. O respeito e o carinho das pessoas, principalmente em Joinville, é muito grande e gratificante.

Você leva o nome da academia de forma muito assídua ao Festival de Joinville. Como surgiu a ideia de participar de um evento de grande porte como é o de Joinville?
Todo ano minha mãe trazia alguém de fora para ajudá-la a montar os espetáculos dela. Em uma dessas visitas, veio Débora Bastos, uma profissional do ballet clássico do Rio de Janeiro. Ela viu o meu grupo ‘Pano de Boca’ e disse que eu tinha que ir para Joinville, pois lá acontecia um festival de dança maravilho. Eu não sabia da existência do festival até então, pois frequentava mais o Festival de Dança de Recife e Campina Grande. Ela me mandou os papéis de inscrição e assim eu fiz. Na época não era necessário mandar uma fita para participar do evento. Fiz milhões de espetáculos aqui para arrecadar dinheiro e levar o grupo ‘Pano de Boca’. Isso foi em 1989. Levei um jazz e um sapateado. Meu objetivo era mostrar o grupo e não ganhar. Dançamos 2 dias e assim que acabou nossa apresentação em Joinville fomos para o Festival de Dança em Campina Grande. Chegando lá, um professor que recebeu a placa por nós em Joinville nos disse que tínhamos ganho o 2° lugar no profissional de Joinville e que não teve o 1°, além disso tínhamos tirado a maior nota do Festival.

Confira a performance de “Sombras” do grupo avançado de sapateado da Academia Vera Passos. O número tirou 1° lugar na categoria ‘Avançado – Sapateado Conjunto’ no 27° Festival de Dança de Joinville (2009).

E a competição nível internacional no ‘I Love Dance’ nos Estados Unidos?
Essa foi outra ousadia minha. Tínhamos ganho o 1° lugar em Joinville e todos comentavam sobre a boa qualidade dos meus espetáculos. Uma professora de dança de São Paulo me enviou a papelada, entrei em contato com a representante lá em Nova Iorque e inscrevi uma galera da Academia Vera Passos. O ‘Pano de Boca’ foi também. Levei no total 60 pessoas. O festival aconteceu em Orlando durante 7 dias no ano de 1995. O ‘Pano de Boca’ tirou 1° lugar no contemporâneo e a Academia levou o 1° lugar tanto no sapateado sênior e júnior quanto no jazz sênior e júnior. Além disso, ganhei a maior nota no sapateado e a Lucinha (Lúcia Machado é uma das diretoras da Academia Vera Passos) recebeu a maior nota no jazz. Em 1996, o festival aconteceu em Nova Iorque e levei sete coreografias. Das sete,seis foram 1°’s lugares e uma 2° lugar. Já em 1998, a competição foi em Orlando. Levei duas coreografias e ambas tiraram 1° lugar. Foi aí que fomos convidados para dançar na Disney, no Magic Kingdom, mas não dançamos porque a apresentação era dois dias depois da passagem de retorno e não tínhamos como trocar as passagens de todos.

Como se sente com a responsabilidade de levar além de seu nome, o nome do Ceará para o Brasil e para o exterior?
É uma pressão. Eu tento elevar tanto o meu nome quanto o nome do Ceará mundo afora e tenho conseguido. O respeito e o carinho das pessoas, principalmente em Joinville, é muito grande e gratificante.

Existem histórias de ensaios em lugares inusitados, como em garagem e corredores. Como é isso?
Ah, meu filho! Nos festivais não podemos dormir no ponto. Lá, temos dificuldade de encontrar lugares para ensaiar porque somos um grupo grande. Aí, onde encontramos um ‘chãozinho’… acontece o ensaio. Já ocupamos garagem de hotel com chão de cimento. E até dentro dos quartos já ensaiamos, afastamos as camas e passamos a coreografia (risos).

Ensaio na garagem, Festival Joinville 2008. Foto: Marília Recamonde.
Ensaio na garagem, Festival Joinville 2008. Foto: Marília Recamonde.

Texto: Ícaro Paio

[Retratos e perfis] Em nome do padre: 38anos de perseverança e coragem no Ceará

padre-ferreirinhaNão foi nada fácil encontrá-lo pessoalmente. Gastamos alguns dias de paciência e disposição para, finalmente, conseguirmos uma entrevista (rápida, diga-se de passagem), com Manoel Ferreira. Padre Ferreira para uns, Ferreirinha para outros tantos.

O encontro aconteceu no dia 01 de novembro, às oito horas de uma manhã ensolarada, na Igreja Santa Edwiges, templo idealizado e construído por ele. Ferreira exigiu pontualidade. “Às oito e dez já não falo mais nada”.

Foram poucos os minutos, porém, bastante proveitosos. Como esperado, o pároco tinha muito o que contar, afinal, são 80 anos da história de um dos Padres mais influentes do estado do Ceará.

Enfim, entendemos sua suposta rispidez ao exigir nossa pontualidade. Pouco tempo nos direcionando exclusiva atenção foi o suficiente para abalar a tranquilidade do local. A atenção do pároco ficou dividida entre nós e as várias solicitações de pessoas da igreja.

Enfim, tivemos de nos render. Ao final do encontro, ainda cheias de perguntas, fomos obrigadas a respeitar sua pouca disponibilidade. Ficamos mais tranquilas quando ele disse “tem muita coisa sobre mim espalhada por ai, muita gente que me conhece. Já tem imagem minha, não tem? Então podem ir, vocês já tem o suficiente”.

História

Por conta dos vários desencontros que tivemos para conseguirmos algum depoimento do Padre Ferreirinha pessoalmente, acabamos acompanhando-o de longe, por telefone ou por relatos de terceiros, já que seus compromissos inadiáveis e de última hora sempre o proibiam de disponibilizar algum tempo para nós, mesmo quando combinávamos previamente.

Percebemos nele uma personalidade firme, cheia de disposição. Vê-lo pessoalmente só reiterou tudo isso. Um homem, que, apesar da longa e cansativa estrada já percorrida neste mundo, é vívido e cheio de planos.

Filho do Nordeste, nasceu em 23 de maio de 1932, num lugarejo chamado Baixias, no interior da Bahia. Uma região conhecida por judiar seus moradores, comumente vitimados por longos períodos de seca e escassez de alimentos. Porém, sempre abençoado por Deus, como ele mesmo costuma afirmar, foi criado em uma família precavida, que “visava o futuro”. Assim, nas terras de seus pais, José Coelho de Castro e Balbina Ferreira de Castro, havia um açude e um poço profundo, tesouros que garantiam à sua família uma vida menos atribulada e sofrida pela falta de chuva.

O menino Manoel viveu uma infância feliz. Em meio aos banhos de açude, corridas de cavalo de pau e passeios no lombo de jumentos, ele e seus 16 irmãos, sendo três deles adotivos, eram orientados a seguir a doutrina Cristã Católica. Aos finais de semana, rezavam o terço e ouviam trechos das Escrituras Sagradas da boca de seu pai. Uma vez por ano, seus pais o levavam para a famosa novena de Santa Filomena, num vilarejo próximo ao local onde morava. Essa rotina, para orgulho de seus pais, acabou formando dois padres, ele e seu irmão José, e duas irmãs salesianas, Donatila e Rosa.

Em 1949, Manoel Ferreira, já com 17 anos, deixa a casa dos pais para concluir o Curso Primário, na Capital. Muda-se para Recife (PE), para concluir o Ginasial. Estuda Filosofia em Natal (RN) e Teologia em São Paulo (SP), onde se ordena Diácono.

Em 1968, o destino faz com que Manoel Ferreira, já com 36 anos, retorne à sua região Natal, onde foi ordenado padre, na Catedral de Petrolina, em Pernambuco. Porém, é o Ceará o grande destino daquele jovem padre, que encontrou ali acolhida e o rebanho que Deus havia predestinado para receber dele seus conselhos e cuidados.

No Ceará, cursou as faculdades de Letras, Pedagogia e História, além de cursos de especialização e outras formações, que auxiliaram no seu desempenho como pároco. Na década de 70, quando já havia fincado raízes sólidas no Ceará, depara-se com aquilo que o ajudou a tornar-se um dos maiores nomes da fé católica no Estado. Por intermédio de Dom Aloísio Lorsheider, o então Arcebispo de Fortaleza, Padre Ferreirinha conhece a Igreja do Patrocínio.

O Templo abandonado

A Igreja do Patrocínio foi o primeiro local onde minha amiga e eu tentamos contato com Padre Ferreirinha. Tentativa frustrada, como já relatei. Marcamos com ele às três da tarde, mas ele não estava lá. Acabamos conversando com Leocádia, sobrinha e ajudante de Ferreirinha nos afazeres da igreja. Muito simpática, ela nos contou que o vigário teve um compromisso de última hora e que a “missa das três” seria celebrada por outro padre.

Localizada no Centro de Fortaleza, a Igreja do Patrocínio fica próximo à movimentada Praça José de Alencar, com vista privilegiada para o famoso Teatro que também recebe o nome do renomado escritor cearense. Atualmente, o templo é marca registrada no local, muito bem conservado, recebendo semanalmente centenas de fiéis que fazem questões ir até lá e ouvir os sermões do Padre Ferreirinha.

Uma realidade que em nada condiz com o estado desta mesma igreja na década de 70. Totalmente destruída física e religiosamente, o templo estava literalmente abandonado. Padre Ferreira então decide mudar a realidade do local, de uma forma não muito tradicional, mas que surtiu os efeitos que ele tanto desejava.

Para manter a ordem, Padre Ferreirinha acaba tomando decisões extremas. Assim como Jesus destruiu as tendas de vendilhões que comerciavam em frente ao templo sagrado em seu tempo, conforme relatado na Bíblia, Ferreira também encontra uma maneira de repelir todos aqueles que, de alguma forma, “dessacralizavam” a sua igreja. Um gradil foi instalado ao redor do templo e, munido com um revólver calibre 38, o pároco amedrontava. “Eu não ia atirar em ninguém, mas a arma impõe respeito. E a igreja tem que ser respeitada”, dizia.

Assim, Manoel Ferreira ganhou fama. Grande padre, grande líder e grande defensor. Como afirmou o Padre José Teles Arruda no ano de 1982, em entrevista ao jornal A Verdade, de Baturité, “até hoje, durante meus 51 anos de sacerdote, nunca encontrei uma paróquia tão bem organizada e à gosto dos fiéis como a Igreja do Patrocínio”.

Seu comportamento sério e destemido rendeu-lhe homenagens e condecorações. O sacerdote foi elogiado por Dom Aloísio, suas missas passaram a ser televisionadas e seus feitos espalharam-se por diversos jornais nordestinos. Em 1984, teve o privilégio de participar de um retiro mundial de sacerdotes, no Vaticano, com a presença do então Papa Paulo VI, onde apenas 350 párocos brasileiros tiveram a honra de estarem presentes.

Reformar igrejas abandonadas e assistir comunidades de risco e vulnerabilidade social tornou-se rotina para o Padre Ferreirinha. Criou creches, escolas profissionalizantes, cursos, salões de beleza. “A minha missão não é só pregar a palavra, mas cuidar dos pobres como fez Cristo”, salientava.

Talvez, para ele, todos esses grandes trabalhos ainda não satisfaziam seu ego e sua a boa vontade. Ideias de um projeto mais audacioso, de maior magnitude, começaram a se desenhar na mente de Ferreira. A ideia criou forma e chamou-se Igreja de Santa Edwiges.

Novo desafio

A igreja de Santa Edwiges, como já dito no começo desta narrativa, foi o local onde conseguimos, enfim, trocar algumas palavras com Padre Ferreirinha. Um local privilegiado por possuir uma belíssima vista para o mar e, como alguns costumam dizer, por ser administrada por um grande chefe.

Um homem, no mínimo, exemplo de persistência. Batalhou muito para concretizar a Igreja de Santa Edwiges, um de seus projetos mais desejados. Foram insistentes oito anos para conseguir um alvará que permitia a construção do templo, além das várias visitas à prefeitura de Fortaleza, nos anos em que Maria Luiza e Ciro Gomes geriam o município.

A igreja foi construída e, junto dela, o “Altar do Novo Milênio”, um espaço anexo da Igreja Santa Edwiges. “Um lugar maior, ambiente acolhedor, de muita interioridade e em profunda sintonia com a suave brisa que vem do oceano, reflexo da grandeza de Deus”, conforme Padre Ferreira deixou registrado em uma espécie de cartão-postal contendo a imagem do local.

Recentemente, foi construída uma imagem de Santa Edwiges ao lado da igreja, que gerou discussões e desentendimentos entre os fiéis e o Ministério Público Federal. A imagem foi acusada de ferir a nação laica, segundo Padre Ferreirinha. “Antes de destruir a minha estátua, destruam o Cristo Redentor”, completou.

Despedida

Enfim, a imagem continuará lá, intacta. Padre Ferreirinha não. No dia 31 de dezembro deste ano, ele dá adeus a suas atividades paroquiais nas duas igrejas que tanto amou e ajudou a edificar. Aos 80 anos, disse que precisa descansar e cuidar da saúde.

Muito querido e, também muito criticado. Ele afirma que já foi acusado de ter uma amante e de ser “beberrão”, “além de muitas pessoas me acusarem de ser proprietário de helicóptero e ter uma grande fazenda na cidade de Pacajus. Tudo isso foi desmentido pelo tempo”, disse.

Em comemoração ao seu 80° aniversário e em despedida oficial das paróquias, padre Ferreirinha realizou uma missa na Igreja de Santa Edwiges, no dia 23 de maio. Compareceram cerca de 100 bispos e padres, além de seus vários fiéis e seguidores.

Como 38 anos à frente da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio e 18 da Capela Santa Edwiges, Manoel Ferreira soube conduzir com maestria todas os desafios nos quais teve participação. Não haverá adeus nos corações daqueles que sempre irão lembrar de sua trajetória.
Padre Ferreirinha

De onde o senhor acredita ter vindo a vocação sacerdotal?

A vocação é de família. São dois padres e duas freiras, ou seja, a família já é vocacional. Saí de casa para estudar e me aprofundar e quando já ordenado vim aqui pro Ceará.

Como foi a primeira impressão que o senhor teve da Igreja do Patrocínio aqui no Ceará?

Era uma igreja abandonada, que nenhum padre queria. No centro da cidade e abandonada. Só tinha uma missa, às 17hrs. A igreja ficava fechada o dia todo.

O que o senhor acredita ter trazido de bom para a Igreja do Patrocínio?

As missas diárias. Nós passamos a ter dez missas diárias, coisa que não acontece em nenhum lugar do mundo. São 38 anos sendo pároco lá e nós damos a assistência que nenhuma outra igreja oferece. Muitas igrejas fecham nas segundas feiras. Eu nunca fechei a nossa, ela é sempre aberta, de domingo a domingo.

Como se deu a implantação da Capela de Santa Edwirges?

Santa Edwirges é um monumento que ninguém queria fazer pela oposição que tinha de todos os órgãos. A gente venceu todos esses órgãos e obstáculos e está aí o monumento. É um monumento para o mundo porque as pessoas se hospedam no Hotel Marina Park e vêm assistir à missa. São pessoas de todas as partes do mundo.

E como é o funcionamento da Capela de Santa Edwirges? Segue o exemplo da Igreja do Patrocínio?

Nós temos as missas nas quintas feiras, às 8hrs da manhã, às 16hrs e às 19hrs. Aos sábados a missa acontece às 13hrs e no domingo às 9h30m, às 11hrs, às 17h30m e às 19hrs, com mais de duas mil pessoas. Nenhuma igreja tem uma multidão dessa. Além disso, assim como a Igreja do Patrocínio, ela é aberta o dia todo. Quem chega, pode estacionar o carro e rezar.

Muitos julgaram o senhor pela sua atitude em defender a Igreja do Patrocínio com uma arma. O que o senhor tem a falar a respeito desse episódio?

Eu digo que vocês esqueceram que o criador foi salvar os judeus e matou todos os egípcios mergulhados no mar. O criador fez isso. Então para mim, a solução foi essa e deu jeito. A arma não era pra matar ninguém mas ela, por si mesma, impõe respeito. Hoje a Igreja é pacífica e os fiéis vão rezar sem medo. Hoje a Igreja é respeitada e a mais freqüentada de Fortaleza.

O senhor anunciou a sua despedida em breve. Alguma razão importante para a decisão de se aposentar?

Pela saúde, já estou com 80 anos. Desde os 75 anos é para eu entregar. Foram muitos anos sendo pároco das duas igrejas, já fiz, agora pronto. Vou cuidar da minha saúde para mais viver!

Texto: Raynna Benevides e Kamyla Lima.

Jovens empreendedores impulsionam desenvolvimento no Ceará

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Kássio César (à direita), de 25 anos, e suas funcionárias, da Ideia de Evento. Foto: Arquivo Pessoal

Quando produziu seu primeiro evento de grande porte, uma apresentação em Fortaleza da cantora Preta Gil, o empresário Kássio César Oliveira, à época com 19 anos, chegou a ser barrado, na entrada do show, pelo próprio segurança que contratou. “É você mesmo quem tá organizando isso?”, perguntou o homem de farda, sem acreditar que aquele “moleque” era o responsável por tudo aquilo. O tal garoto, hoje com 25, ri quando lembra da história, e admite que, desde criança, quando alugava projetores para suas apresentações escolares, sabia que a área de eventos era a sua vocação.

Aos 22 anos, em 2009, depois de trabalhar em algumas empresas do setor, ele montou a própria produtora, entrando, assim, para o grupo de 73 mil empreendedores cearenses com idade entre 18 e 24 anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sem a experiência dos mais velhos, mas com a força de vontade dos mais novos, Kássio teve seu primeiro grande desafio, como dono do próprio negócio, no início de 2010, quando, com apenas alguns meses de projeto, recebeu a missão de organizar a Bienal Internacional do Livro daquele ano.

“Na época eu participei do edital de licitação para promover o evento e fiquei em segundo lugar. Os ganhadores do edital desistiram faltando pouco tempo para a data. Daí o governo me ligou e perguntou se eu não queria fazer. Eu acabei topando, mas tive muito pouco tempo para organizar tudo. Foi uma verdadeira prova de fogo, foram quase 500 mil pessoas”, lembra.

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E é essa disposição uma das principais características de quem se aventura como empresário tão cedo, conforme aponta Adalberto Brandão, coordenador do Desafio Brasil, programa de estímulo ao empreendedorismo, da Fundação Getúlio Vargas. “Eles são mais ágeis, adaptam-se mais facilmente às novas tecnologias, buscam conhecimento internacional e procuram soluções mais abertas”, descreve.

“Além disso, o que tem acontecido com mais frequência, hoje, é que os jovens estão entrando na faculdade e consideração como alternativa de carreira a abertura de um negócio na área, sem necessariamente ser estudante de administração” destaca. Brandão cita como exemplo estudantes que cursam gastronomia e já se formam pensando em abrir um restaurante, e não em começar como chef em algum estabelecimento já existente.

Foi isso o que pensou a designer de moda Nayana Estanislau, que já no primeiro ano de graduação na área, criou a própria grife, com apenas 18 anos. Em entrevista ao Blog do Labjor, ela contou como tudo começou e como tem trabalhado para consolidar a sua marca em um mercado tão competitivo.

 Confira o vídeo:

Daqui para frente
Enquanto ainda engatinha como designer de moda, tendo apenas como ambiente de trabalho um pequeno quarto no apartamento onde mora (chamado carinhosamente por ela de “espaço-lojinha”), no bairro Cocó, Nayana sonha alto. Tem como objetivo montar suas primeiras lojas físicas em Fortaleza e depois se espalhar pelo resto do País e do mundo, sem deixar, é claro, de fazer suas vendas pela internet.

A quase quatro quilômetro do espaço-lojinha de Nayana, sentado no escritório de uma pequena sala comercial, na Avenida Santos Dumont, Kássio sabe que as conquistas vêm aos poucos. “Primeiro eu quero me consolidar no mercado fazendo eventos de pequeno e médio porte, para depois começar a fazer grandes eventos”, planeja. Para isso, ele se inspira em alguns mestres do meio empresarial. “Quando tenho a oportunidade de me encontrar com empresários de sucessos do Ceará, como Beto Studart e outros, fico ouvindo suas histórias de trabalho e percebo que nenhuma conquista será fácil. Daí fico com mais vontade ainda de trabalhar”, conta.

Capacitação

Aos jovens cearenses que desejam montar o próprio negócio, oportunidades de capacitação não faltam. Uma delas é o projeto Juventude Empreendedora (Juvemp), promovido pelo governo estadual, através do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Só em 2012, a iniciativa passou por nove municípios do Interior, formando cerca de 450 jovens, 50 em cada em cidade.

“A formação é dividida em quatro etapas. Primeiro nós estimulamos os alunos a fazer pesquisas sobre os lugares onde moram, identificam as principais carências da comunidade. Em seguida eles elaboram projetos profissionais, baseados na primeira pesquisa que fizeram. Depois eles recebem aulas de empreendedorismo, gestão, matemática aplicada, etc. O último passo é encaminhá-los para o mercado”, detalha o coordenador de projetos educacionais do IDT, João Nogueira. A Juvemp já passou por 27 municípios cearenses e deve passar por mais nove em 2013.

Outra opção é a Junior Achievement , uma organização sem fins lucrativos criada em 1919, no Estados Unidos, para investir na educação empreendedora de jovens, a fim de estimular a economia dos países. Com atuação no Ceará, em 2012 a JA, por meio do programa Miniempresa, foi responsável pela formação de 400 jovens, todos estudantes ensino médio, de escolas públicas de Fortaleza e Maracanaú.

Texto: André Ítalo Rocha

Intercambistas no campus: do mundo para Fortaleza

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A colombiana, Valentina Martinez (ao centro), com amigos que conheceu na Unifor.

As belezas cearenses parecem atrair cada vez mais admiradores. A prova disso é que Fortaleza é o 3º destino mais procurado entre os brasileiros e, conforme estatísticas do Ministério do Turismo (Mtur) referentes ao ano de 2010, Ceará é o 7º estado mais visitado por viajantes de outros países, com cerca de 95 mil visitas durante todo o ano.

Mas não é só em relação às belezas naturais e culturais que a capital cearense se destaca. Outro fator que está atraindo estrangeiros para Fortaleza é a formação acadêmica. Todos os anos, a Universidade de Fortaleza recebe uma grande quantidade de alunos estrangeiros no programa de intercambio universitário. A maioria desses alunos são franceses e o curso com maior número de intercambistas é o de Comércio Exterior.

A Unifor possui convênio com mais de 100 instituições de ensino superior, distribuídas em 20 países. Desde 2001, a assessoria internacional da Universidade de Fortaleza, responsável pelo intercambio acadêmico, trabalha para promover e estimular a pratica do intercambio cultural, além de constantemente promover eventos e palestras internacionais. É também o setor responsável por recepcionar esses alunos. Porém, apesar de, no geral, apresentar um resultado satisfatório, ainda há uma serie de fatores que poder ser aprimorados na forma como os alunos intercâmbistas são recebidos.

Ao chegar a um país estrangeiro, o aluno necessita de um acompanhamento, não somente em relação à papelada exigida pela universidade, as normas e as disciplinas que ira cursar. É preciso receber bem o aluno intercambista e ajudá-lo em sua adaptação ao novo país, à nova língua e aos novos costumes. Quando bem recepcionado, além de rapidamente se habitar, o aluno apresenta um maior rendimento durante todo o período em que está estudando fora de sua terra natal.

Tendo isso em vista, o programa Erasmus Student Network (ESN), um das maiores associações estudantis interdisciplinares da Europa, foi fundado em 1989 para prestar apoio ao aluno estrangeiro. O programa está presente em 339 instituições de educação, distribuídos entre 34 paises. Nas universidades onde o programa ESN existe, além da ajuda acadêmica da coordenação universitária, o aluno estrangeiro recebe o apoio dos voluntários ESN. São estudantes nativos ou que residem no país há bastante tempo que se voluntariaram para ajudam na recepção dos alunos intercambistas.

545599_289136644534634_369981870_nDe acordo com Lucas Dantas, aluno do curso de jornalismo na Unifor, que esteve no intercâmbio acadêmico na Espanha semestre passado, a ajuda dos voluntários é essencial para a adaptação inicial do aluno. “Eles ajudam desde o primeiro momento. Normalmente, são os primeiros amigos que o aluno estrangeiro faz e eles ajudam muito na socialização, o que é muito importante para a adaptação de qualquer um que recém chega a um novo país.”. Mas não é apenas no quesito socialização que o grupo de voluntários ajuda. Eles recepcionam os alunos no aeroporto ou estação, ajudam na busca da moradia, além de promoverem viagens e encontros.

A estudante colombiana, Valentina Martinez, participou do programa de intercambio acadêmico da Unifor no ano de 2011. Apesar de considerar uma das melhores experiências já vividas, a estudante de audiovisual afirma que a principio teve algumas dificuldades da adaptação. “Por sorte, eu me envolvi em projetos da universidade e consegui fazer mais amigos, mas alguns dos colombianos que estiveram comigo em Fortaleza não tiveram o mesmo êxito. Ficavam somente entre eles, não praticavam o português, e nem eram incentivados a se socializar”, afirma. Valentina é um dos exemplos de como o rendimento do aluno é maior quando bem socializado. Dos três intercambistas colombianos que vieram a Fortaleza junto com Valentina, ela foi a única que decidiu ficar por mais um semestre.

“Uma das primeiras coisas que fiz desde que voltei do intercambio foi tentar me inscrever como voluntário para ajudar os intercambistas, mas para a minha surpresa, a Unifor não tem esse tipo de programa”, lamenta Lucas Dantas, que gostaria de ajudar os alunos estrangeiros da mesma forma que foi ajudado na Espanha.

As vantagens de aderir a esse tipo de programa de apoio entre alunos não são apenas para o aluno que vem de fora, mas também para os alunos da Unifor. Com a existência de um programa como esse, os alunos teriam a oportunidade de interagir diretamente com pessoas de outras nacionalidades e culturas, o que seria um aprendizado valioso, além de ajudar na socialização de um aluno estrangeiro. Sem dúvidas, seria um acordo onde todos sairiam ganhando.

Texto: Rebeca Marinho

TV Unifor é porta de entrada para o mercado de trabalho

* Matéria elaborada por aluno da Oficina de Jornalismo – Ciberjornalismo.

564456_349871901767854_500335818_nA experiência na TV Unifor tem um papel importante na formação ética, técnica e estética dos estudantes, que encontram nesse exercício uma oportunidade para desenvolver a prática profissional aliada a uma reflexão crítica sobre o fazer comunicacional. É Associada a ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária, e tem como parceiros o Canal Futura, a TV Assembleia e o Itaú Cultural, além de exibir programas de universidades parceiras e produções independentes locais e nacionais.

Suellen Sales, estagiária da TV Unifor, em gravação externa.
Suellen Sales, estagiária da TV Unifor, em gravação externa.

“A experiência de trabalhar aqui é única” diz Suellen Sales, 23, aluna do 6º semestre do curso de Comunicação Social – Jornalismo, estagiária há 4 meses . Ela se prepara para gravar uma matéria para o programa Panorama, no Beco da Poeira, local onde se compra diversos produtos direto dos fabricantes. “Estar na TV Unifor fez com que eu entendesse como o telejornalismo funciona na prática, tô mais desinibida e preparada para o mercado de trabalho, mas acho que os estagiários daqui precisam de um lugar maior para se trabalhar.”

Os repórteres acompanharam as edições de um programa sobre o festival Cine Ceará, que traz de volta as lembranças dos filmes e do programa Cine Clube que conta a história do filme Araguaia Campo Sagrado (Labour Filmes), dirigido pelo professor Evandro Medeiros. Ainda na Unifor, no Espaço Cultural, acontece a gravação do making off da exposição Pulsações, de Rodrigo Frota e a exposição Harcourt – escultor de luz que acontecem de 24 de agosto a 7 de outubro. A entrada é gratuita.

Ensino, pesquisa e extensão

A TV Unifor entrou no ar em agosto de 2005, com o objetivo de oferecer à sociedade uma programação que privilegia o ensino, a pesquisa e a extensão. Os conteúdos oferecidos destacam-se pela experimentação, utilizando-se de novas linguagens e formatos. A TV Unifor produz 22 programas que colocam em pauta temas como saúde, direito, personalidades cearenses, cinema e música, coordenados pela professora Helena Cláudia Santos. A grade da emissora é composta por programas diários, semanais, quinzenais e mensais.

A emissora universitária é transmitida pela TV a cabo NET (canal 14), TV Diário (canal 22) e pelo portal do Jornal Diário do Nordeste (WEB Doc). Os programas são desenvolvidos por estagiários, que são acompanhados pela fonoaudióloga Karine Capistrano. Todos os programas são orientados por professores e profissionais de Comunicação e de outras áreas, como Engenharia Ambiental, Direito e Educação Física.

Texto: Bruna Vinuto e Glauber Peixoto