A Busca é uma obra de lançamentos – Luciano Moura estreia como diretor de longa-metragens, e Brás Antunes, filho do cantor Arnaldo Antunes, como ator – onde os três personagens centrais oscilam brilhantemente entre agressividade e fragilidade.
O filme conta a história de Theo Gadelha (Wagner Moura), um médico bem-sucedido e um tanto desequilibrado emocionalmente. Theo que, embora num processo de separação, procura oferecer boa vida ao seu filho Pedro; afunda-se em conflitos familiares quando o adolescente recusa uma proposta de intercâmbio.
Pedro está prestes a fazer quinze anos e recebe por correspondência um presente de aniversário do avô paterno: uma cadeira. Ao vê-la, Theo perde o controle, pois tem uma distante relação com o pai. O menino diz à mãe que vai viajar no fim de semana com um amigo, mas Theo e Branca descobrem que ele fugiu.
Desesperados, os dois procuram pelo filho, mas só depois de uma ligação começam a ter pistas: o responsável por um sistema de adoção de cavalos pergunta como está o processo de adaptação do animal que Pedro havia alugado. A busca por Theo começa daí.
Diante da dor, da incerteza sobre a vida do filho, Theo segue guiado por rastros que vão acentuando o drama paterno. Neste percurso, o protagonista vai conhecendo o filho por meio de suas conversas rápidas com pessoas pelas quais cruzou, em sua passagem com o cavalo.
Abobado diante das marcas deixadas, ele encanta-se pelo filho que, apesar de próximo, era um desconhecido. Entre desenhos, amores e conversas, Theo redescobre o amor – pela mulher, pelo filho, pelo pai, pelas pessoas com quem cruzou – e a si.
Texto: Lorrana Feitosa
Ficha técnica:
Gênero: Drama Direção: Luciano Moura Roteiro: Elena Soárez, Luciano Moura Elenco: Brás Moreau Antunes, Lima Duarte, Mariana Lima, Wagner Moura Produção: Andréa Barata Ribeiro, Bel Berlinck Fotografia: Adrian Teijido Trilha Sonora: Beto Villares Duração: 96 min. Ano: 2013 País: Brasil
A Unifor, em parceria com o Itaú Cultural, irá receber, de 14 a 18 de outubro, o Iconoclássicos, uma série de filmes sobre artistas brasileiros contemporâneos. O projeto é composto por cinco filmes produzidos por diretores convidados pelo Itaú Cultural.
A seleção traz documentários sobre o músico e compositor Itamar Assumpção, o artista plástico Nelson Leirner, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa e o cineasta Rogério Sganzerla. E também uma adaptação do livro Catatau, do poeta Paulo Leminski.
Daquele Instante em Diante
Documentário que percorre a trajetória musical do Nego Dito Itamar Assumpção, desde os anos da Vanguarda Paulista na década de 1980 até a sua morte aos 53 anos. O filme reúne uma seleção de imagens raras garimpadas em acervos e arquivos particulares, que mostram sua presença antológica nos palcos e momentos de intimidade entre amigos e familiares.
Assim É, Se Lhe Parece
O artista plástico Nelson Leirner revela-se neste documentário despojado sobre a rotina e a intimidade de um criador iconoclasta. Avesso à formação e aos preceitos tradicionais das academias de arte, apropriou-se com liberdade e sem preconceitos das informações e ferramentas que lhe serviram para a criação artística.
Ex Isto
Um filme livremente inspirado na obra Catatau, de Paulo Leminski. O poeta imaginou uma hipótese histórica: “E se René Descartes tivesse vindo ao Brasil com Maurício de Nassau?”. Interpretado por João Miguel, o personagem envereda pelos trópicos, selvagem e contemporâneo, sob o efeito de ervas alucinógenas, investigando questões da geometria e da ótica diante de um mundo absolutamente estranho.
EVOÉ! Retrato de um Antropófago
Um filme que articula de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos-chave da trajetória de Zé Celso: Sertão da Bahia; Praia de Cururipe, em Alagoas; Epidaurus e Atenas, na Grécia; e em sua casa, em São Paulo. Um olhar particular e multifacetado de uma das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos.
Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz
Filme-ensaio que recria o ideário do cineasta Rogério Sganzerla por meio dos signos recorrentes em sua filmografia: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade. Narrado em primeira pessoa, a partir de imagens raras e situações encenadas, hoje com personagens-chave de sua obra, Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz revela a cosmovisão do autor catarinense, refletindo sobre seu percurso inventivo.
Serviço
Iconoclássicos
Dias: 14 a 18 de outubro de 2013
Local: Videoteca da Unifor – sala A, às 16 horas Exibição gratuita
As Vantagens de Ser Invisível, do romance de Stephen Chbosky, chegou aos cinemas em setembro e está concorrendo ao prêmio de Filme de Drama Favorito no People’s Choice Awards.
Não é de hoje que os livros estão saindo do papel e indo para os cinemas. O clássico “O Poderoso Chefão” (1972), por exemplo, foi inspirado na obra de Mario Puzo, escritor americano famoso por seus livros que tratam da máfia.
Um dos autores que teve muitas de suas histórias adaptadas para o cinema é o escritor estadunidense Nicholas Sparks. Das dezesseis, sete já viraram filmes. Em uma entrevista para o site do O Globo, ele explica que, por as pessoas verem mais filmes do que lerem livros, eles acabam virando roteiros, o que beneficia tanto a indústria cinematográfica, se o filme for bem feito, quanto os autores, que ficam mais conhecidos e têm suas obras mais divulgadas.
Denyse Louro, estudante de Medicina, comenta que essas adaptações têm vantagens e desvantagens. “Quase sempre mudam a história, e outras vezes até melhoram. Já li alguns livros que acabei preferindo os filmes, como “Um Amor Para Recordar”, de Nicholas Sparks.” Antônio Neto, estudante, acha que, em sua grande maioria, são decepções grotescas. “Os diretores deturpam a essência de vários atos dos livros para obterem uma caracterização mais ‘comercial’ pro filme que, se não der lucro, gera um prejuízo astronômico”. Para ele, um que fugiu à essa regra foi “O Senhor dos Anéis”, escrito entre 1937 e 1949, adaptado para o cinema em 1999.
O professor de inglês, Hélvio Nobre, faz uma análise mais profunda. “É uma coisa muito subjetiva, mas a partir da compra dos direitos autorais, da empresa que pretende lançar o filme, com o escritor do livro, a opinião do escritor sobre cenários, roteiro e etc, são sempre levadas em conta, o que é mais que certo já que o criador é quem tem o seu universo sobre o livro na sua mente. O problema se encontra no leitor/telespectador. Se todos tivessem a mesma visão sobre o “universo” de um livro, não teria a menor graça! É aí que há a insatisfação com o filme, ou ao contrário, o carinho só aumenta.”
As versões de Harry Potter e Crepúsculo já chegaram ao fim, mas, para os amantes tanto de literatura, quanto de cinema, algumas novas obras estão indo para as telas e ganhando destaque.
Outras obras
Precisamos Falar Sobre o Kevin, ficção escrita Lionel Shriver, traz Ezra Miller e Tilda Swinton. Leia mais na Claquete: https://blogdolabjor.wordpress.com/2012/05/15/claquete-precisamos-falar-com-kevin/Na Estrada, do escritor Jack Kerouac, foi adaptado pelo diretor brasileiro Walter Salles (Central do Brasil) e estreou em maio deste ano.Trilogia Millennium (Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar), escrita por Stieg Larsson, a série foi adaptada para o cinema na versão sueca e teve a versão americana do primeiro filme. Foto: DivulgaçãoComo Treinar Seu Dragão, lançado em 2010, foi baseado na série de mesmo nome de Cressida Cowell, e a continuação do filme chegará aos cinemas em 2014.
Fim de semana em casa combina com um bom filme, sofá e pipoca. Porém, sair de casa para ir a uma locadora pode gerar preguiça e desânimo. É por isso que atualmente várias locadoras disponibilizam de serviços on-line com versões e variedades de filmes virtuais. O sistema é simples, porém varia de acordo com cada empresa.
Em uma sexta-feira a noite, a esteticista Emanuella Nunes foi à locadora do bairro alugar a comédia “De pernas pro ar”. Porém ao chegar em casa, a programação que tinha feito para o seu fim de semana acabou mudando devido a problemas de saúde na família e o DVD que havia alugado acabou esquecido na prateleira de seu quarto durante 15 dias. Ao voltar à locadora para devolver o filme, Emanuella pagou uma enorme quantia em dinheiro pelo atraso na devolução. Esse problema terminou depois que uma colega de trabalho indicou o serviço de locadora on line, que chegaram ao País há cerca de dois anos prometendo uma revolução nos hábitos dos cinéfilos brasileiros.
Na Blockbuster, localizada na Avenida Dom Luis , por exemplo, ao realizar seu cadastro o cliente adere um plano onde é permitido o aluguel de um determinado número de filmes por mês. Na internet o cliente terá disponível um catálogo com os títulos disponíveis. Depois da escolha realizada os filmes são entregues na casa do cliente, sem prazo de devolução e nem multa.
“Aderi ao plano e estou gostando muito, o que pago por mês era o que pagava de multas e juros por atraso; o serviço é eficiente e sem complicações”, diz a esteticista.
O sistema de locadora on line traz comodidade e econômia para os clientes. O serviço é realizado por meio da internet, sem sair de casa, sem multas por atraso e por um preço mais em conta do que o das locadoras tradicionais.
Streaming: a nova opção de assistir filmes
Serviços que disponibilizam conteúdo audiovisual via streaming não são novidade. Empresas como Netflix, NetMovies ou Saraiva Digital estão entre as que mais crescem no mercado brasileiro de video sob demanda, o VoD. Entre filmes e séries, o usuário do novo sistema tem total liberdade de escolha e nenhuma restrição em relação à quantidade de conteúdo consumido. Basicamente, os assinantes precisam estar conectados à internet para ter acesso ao conteúdo disponibilizado pelos provedores. Por exemplo, o serviço Netflix recomenda que o usuário tenha internet com velocidade mínima de 500 kpbs (0.5 MB). E os serviços não se restringem apenas à telinha do computador, vários dispositivos são compatíveis com o serviço, como TVs e smartphones.
Ivan Carvalho Costa, estudante de engenharia, adorou o serviço. Ter a liberdade de poder acessar o conteúdo em qualquer lugar com acesso à internet foi fundamental para a adesão. Em casa ou no trabalho, Ivan conta que utiliza até celular para se manter atualizado com sua série favorita, o clássico mexicano Chaves. ‘’É sensacional. A variedade de títulos disponíveis e o preço foram os fatores que mais contribuíram para minha adesão ao serviço”.
Apesar dos pontos positivos, alguns usuários ainda não se sentem confortáveis com o novo modelo proposto. Igor Alencar, publicitário, argumenta que ainda não sabe se vale a pena. Estando em seu primeiro mês de assinatura do serviço Netflix, período de teste gratuito concedido pela empresa, Igor reclama que a grade de programação disponível é desatualizada e sente falta de lançamentos do cinema, que ainda são apenas encontrados em locadoras físicas.
Ercília Rocha, estudante universitária, acabou desistindo das locadoras virtuais. Ela percebeu que pagava a mensalidade sem desfrutar do serviço, pois não sobrava tempo para assistir aos filmes. “Não estava valendo a pena”, conta a ex-cliente. Para alguns clientes, o sistema só é vantajoso para quem não tem paciência para ir à locadora procurar filmes, ou possui o hábito de alugar muitos DVDs por mês.
Vantagens e Desvantagens
O serviço que disponibiliza filmes e series mais conhecido do mundo, Netflix, no Brasil veio com o foco puramente em vídeo sob demanda. Já contando com uma base instalada de cerca de 23 milhões assinantes no mundo todo, o Netflix brasileiro, assim como todos os outros serviços sob demanda, vem com vantagens e desvantagens que precisamos ficar atentos.
Texto: Célio Scipião e Lucas Menezes Orientação: Prof. Eduardo Freire
Matéria produzida pelos alunos da oficina de jornalismo 2012.1
Com uma eloquência que só as imagens certas podem simbolizar, Vida Maria, curta-metragem em animação de 2006, toca em vários aspectos da cultura nordestina. O roteiro de Márcio Ramos, aluno do curso de Audiovisual e novas mídias da Unifor, descreve em seus nove minutos de duração, o cotidiano de uma família sertaneja, sob a ótica de uma das muitas meninas anônimas e sem voz que crescem Brasil afora.
Estratificação social, machismo e baixa autoestima, endossam a repressão que acaba norteando um comportamento feminino típico. As Marias são crianças que, no filme, retratam o abandono de vontades e sonhos. Pessoas que amargam no cerceamento de sua liberdade e, em seu amargor, passam a cercear. É como no poema de José Paulo Paes: “A torneira seca (mas pior: a falta de sede). A luz apagada (mas pior: o gosto do escuro). A porta fechada (mas pior: a chave por dentro)”.
A repressão aprendida ensina como é forte a influência cultural da família. Ao assistir o curta, o conformismo torna-se compreensível e até plausível. O filme incita questionamentos sobre a educação, e demonstra como ela é imprescindível para que exista alguma esperança para as tantas Marias.