
Com o tema “rolezinho”, aconteceu na amanhã de hoje o Ciberdebates, no teatro Celina Queiroz na Universidade de Fortaleza (Unifor). Organizado pelos alunos de Sociedade da Informação, com orientação da professora Alessandra Oliveira, e de Oficina de Jornalismo, com supervisão do professor Eduardo Freire. Fizeram parte da mesa de debates o jornalista, pesquisador e secretário de cultura de Fortaleza Magela Lima; produtor, ativista e presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé; e o professor de sociologia do departamento de ciências sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) Luiz Fábio Paiva.
Os “rolezinhos” ficaram conhecidos no Brasil todo por ser um encontro de jovens, de classe social mais baixa, em shoppings center. O evento era mobilizado via redes sociais e, de acordo com a imprensa, causavam tumulto por onde passam. O Ciberdebates juntou especialistas para discutirem com os alunos se de fato o “rolezinho” tinha um cunho social ou não.
Durante a palestra, essa questão foi coloca. Alguns alunos afirmaram que esse tipo de reunião já aconteciam antes, como os encontros de comunidades do orkut, e não possuíam tamanha repercussão. Mas como o fenômeno da internet, isso mudou e começou a pautar a mídia.
Opinião
O jornalista Magela Lima iniciou sua participação no Ciberdebates dizendo que a imprensa local era moldada de acordo com o sul e sudeste.Mesmo sem ter tido nenhum “rolezinho” em Fortaleza, a mídia fez matérias sobre o assunto. “A imprensa se furtou desse debate, qual o limite do uso público nos espaços privados. O debate não se deu na imprensa o que é uma pena”, assegurou o secretário de cultura de Fortaleza.
Já o sociólogo Luiz Felipe Paiva certificou que esses eventos em shopping center são a inserção dos jovens na sociedade de consumo. Posteriormente, o professor explicou a distinção entre flash mob e os “rolezinhos”. “São duas propostas diferentes. Flash mob são pessoas que se reúnem pra fazer uma performance, como danças, e os “rolezinhos” são adolescentes que desejam fazer parte do consumo”, elucida.
Se você não sabe o que são flash mob e smart mob veja aqui.
O presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé constatou que os “rolezinhos” estão abrindo caminhos para novos pontos de vista. “O “rolezinho” é a imposição de uma nova lógica de um outro debate”, atestou. Ainda de acordo com ele, todas as formas de manifestação são como febre no corpo humano, sinal de que algo está errado e precisa ser mudado.
Participantes

A aluna do curso de jornalismo Sara Sousa narrou ter gostado bastante do tema. “Achei muito interessante o assunto. O evento deveria ter sido mais divulgado, porque o tema é muito rico e o debate não ficou para trás”, expõe.
A também estudante Patrícia Holanda revelou que gostou do ciber. “Achei que o tema não estava mais em alta, mas me surpreendi. Gostei bastante das opiniões divergentes”, testemunhou.
Organizadores
Para a professora Alessandra Oliveira o Ciber trouxe uma boa conversa sobre o objetivo escolhido. “A discussão foi bem interessante com opiniões divergentes o debate realmente aconteceu. Os convidados com diferentes perspectivas motivaram bastante a participação dos alunos”, contou.

A avaliação do professor Eduardo Freire não se distanciou. “O debate foi rico. Fomos além da tecnologia, diferente dos outros Ciberdebates. Os alunos participaram com bastantes perguntas”, declarou.
A estudante de jornalismo da Unifor Elisângela Lopes fez parte da equipe de cobertura do evento. Ela afirmou que a palestra superou suas expectativas. “Achei o evento muito bem organizado e as equipes estrategicamente divididas. Pensei que o tema já estava batido, mas fui surpreendida com os debatedores e as dúvidas dos alunos. Vi que essa discussão é reflexo do momento atual que vivemos e o ‘rolezinho’ é apenas um mote para algo muito maior e possibilita essa enriquecedora discussão social”, garantiu.
Texto: Ana Beatriz Vieira e Ahynssa Thamir