
Festa de gala, vestidos deslumbrantes, terno e gravata. Essa é a imagem que nos vêm à mente quando pensamos na tão sonhada formatura. Mas, e quando isso tudo passa? O que será que se passa na cabeça dos recém-formados? Ou seria melhor dizer recém-desempregados? Com um mercado cada vez mais exigente, muitos recém-formados se perguntam o que fazer agora que terminou o curso. Para Amanda Holanda, 23, não foi tão difícil encontrar um emprego. Ela se formou no dia 22 de dezembro de 2011 no curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza. Dois meses depois já estava contratada e trabalhando no Hospital e Maternidade São Francisco de Assis, na cidade de Crato, interior do Ceará. “No início tive medo, pois a concorrência do mercado profissional tá muito grande, não é fácil para os recém-formados conseguirem emprego pela experiência que o mercado exige. Mas, como meu esposo já trabalhava em hospital, então foi mais indicação”, conta Amanda.

“Quando terminei a faculdade tava trabalhando numa distribuidora de móveis, mas não usava bem os conhecimentos. Tive a proposta de ficar como gerente, mas não quis, preferi sair e trabalhar em edição, que até então era um hobby”. Valmir abandonou sua área logo após se formar, ficando apenas quatro meses como auxiliar administrativo. No dia 01 de janeiro de 2009, ele estava começando sua carreira de editor. “Um dos motivos é que eu estava fazendo coisas que não gostava e sabia que lá não ia ter oportunidades de estudar como eu tenho hoje, trabalhando só 6 horas”, lamenta Valmir, que sempre almejou estudar para concurso público. Só que para isso, ele conta que precisa sair de sua zona de conforto: “É o erro que a maioria dos formados, que não estão na área, peca; achar que o mais difícil é entrar na faculdade, quando não é. O mais difícil é levar o aprendizado a sério, porque o mercado de trabalho só vai absorver os melhores, com mais conhecimentos”, aponta.
No cenário atual, muitas empresas preferem contratar pessoas que ainda estão na faculdade, ou seja, estagiários, pois além de serem jovens, entusiasmados, e todos com muita vontade de aprendizado, o custo é bem menor, e mesmo assim costumam responder bem às rotinas de trabalho. Mas e quando o estagiário é contratado antes mesmo de se formar?

É o caso de Waleska Santiago de apenas 23 anos. Prestes a se formar (neste semestre, 2012.1), ela já está contratada na empresa Diário do Nordeste como fotojornalista. Segundo ela, que passou um ano e oito meses no Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), foi uma sorte grande ter sido contratada. “Quando saí do Labjor, mostrei meu portfólio no Diário do Nordeste e logo eles me chamaram pra ser freelancer lá, nunca fui estagiária do Diário. Passei uns quatro meses trabalhando como “freela” em 2010. Em novembro fui fazer um intercâmbio (no exterior) e só voltei em abril de 2011. Quando cheguei em Fortaleza eles me chamaram pra voltar como freelancer de novo. Passei menos de um mês e já me contrataram”. Mas quem pensa que isso é uma estabilidade pode estar muito enganado. Waleska, apesar de se sentir realizada por já fazer parte do mercado, sente-se com uma pontinha de medo. “Dentro do nosso estado, eu já estou como no “ápice” da profissão. Não digo quanto a minha experiência, ainda tenho muito o que estudar e aprender, mas digo por não ter muitas opções de “onde ir”, afirma. Para ela, o fotojornalismo é um mercado muito limitado, mas sua prioridade no momento é se formar e depois passar um tempo estudando apenas fotografia.
Para a maioria dos vários novos profissionais que se formam, o grande problema é saber como entrar no disputado mercado de trabalho. E nem sempre a melhor forma de descobrir é através do estágio. Claro que ele ajuda, e assim como uma pitada de sorte, o principal é fazer aquilo que se gosta e ter foco. Assim você não precisará responder à temível indagação: “Me formei, e agora?”. No mais, só resta correr atrás.
Texto: Larissa Andrade
Orientação: Profa. Adriana Santiago