“Claro – escuro renascentista em pleno sertão, contraste barroco entre a alegria e a dor, imagem talhada pela fé, como se a vida fosse reinventada cada vez que fosse impressa, como Verônica imprimiu a face de um Cristo no tecido de linho.
Imagens que só se completam quando entintadas e pressionadas sobre o papel, que de outro modo configuram apenas uma tábua marcada por escavações e cortes, flagelada pela dor que é criar, buscar todas as influências e lembranças possíveis, mergulhar no fundo mais fundo e trazer a idéia do traço que vai se transformar nessa imagem.”
Gilmar de Carvalho
A xilogravura, uma das grandes representantes da cultura popular nordestina, foi uma das primeiras técnicas de gravação e impressão. Utilizada em capas de folhetos de cordel, sua gravação é feita sobre uma placa de madeira. Embora não haja um consenso sobre o período de origem da xilogravura, sabe-se que seu uso nos primeiros folhetos de cordel surgiram no final do século XIX e, desde então, transformou-se em um ícone da nossa produção artística.