O despertar de um gigante: ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil

Manifestação no Rio de Janeiro. Foto: Daniel Merenco/Folha Press
Manifestação no Rio de Janeiro. Foto: Daniel Merenco/Folha Press

As ruas do Brasil ganharam mais vida nos últimos dias, em decorrência dos protestos realizados contra medidas governamentais, em prol de implementações e em oposição à realização da Copa do Mundo de 2014 no país.

Os protestos começaram em Porto Alegre, em fevereiro deste ano, atingindo outras cidades brasileiras. Em São Paulo, manifestações pacíficas contra a alta na tarifa de ônibus, anunciada pelo novo prefeito Fernando Haddad, geraram reações violentas por parte da Polícia Militar, que se utilizou de balas de borracha e gás lacrimogêneo para conter os manifestantes, ferindo inclusive pessoas que não estavam envolvidas no protesto. O Movimento Passe Livre reivindica por transporte público gratuito e de qualidade.

A repórter Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo, foi atingid ano olho por bala de borracha disparada pela PM - Foto: Diego Zanchetta/Estadão
A repórter Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo, foi atingida no olho por bala de borracha disparada pela PM – Foto: Diego Zanchetta/Estadão

No dia 6 de junho, primeiro dia de protestos, 30 pessoas ficaram feridas pela ação da polícia pela não obstrução da avenida Paulista. Sete jornalistas da Folha de São Paulo foram atingidos por spray de pimenta e feridos por balas de borracha, enquanto cobriam as manifestações. Um repórter da Carta Capital foi detido por posse de vinagre.

No Rio de Janeiro, milhares de manifestantes tomaram o centro da cidade, tendo mais de 68 mil pessoas confirmado presença na manifestação pelas redes sociais. O movimento iniciou-se, como em São Paulo e outras capitais brasileiras, motivado pelo aumento das passagens de ônibus, ampliando-se para reivindicar melhorias na educação, na saúde e contra os gastos voltados para a realização da Copa.

Um grupo organizou-se em protesto nos arredores do estádio Maracanã ontem, 16, com gritos de guerra como “se a passagem não baixar, a roleta eu vou pular” e “Eduardo Paes, cadê você, cadê você?”

Brigadeiro Faria de Lima, São Paulo. Foto: Juca Varella/ Folha Press
Brigadeiro Faria de Lima, São Paulo. Foto: Juca Varella/ Folha Press

Foram convocadas a participar dos manifestos pelo menos 177 cidades brasileiras. No exterior, brasileiros se mobilizam em pelo menos 44 cidades, tendo ao menos cinco dessas cidades já registrado manifestações: Berlim (Alemanha), Dublin (Irlanda), Montreal (Canadá), Boston (Estados Unidos) e San Diego (EUA).

Por meio de passeatas, dos cartazes, dos coros e das mensagens, vídeos e imagens compartilhados nas redes sociais, o movimento vai gradativamente ganhando mais corpo, convertendo-se em grito robusto. É o gigante que desperta, é o filho que não foge à luta.

A revolução iluminou a Terra da Luz

Manifestação Fortaleza Apavorada. Foto: Hayanne Narlla.
Manifestação Fortaleza Apavorada. Foto: Hayanne Narlla.

Em Fortaleza, as manifestações foram iniciadas na última quinta-feira, 13, com a caminhada proposta pelo movimento Fortaleza Apavoradagrupo apartidário que ganhou força nas redes sociais reunindo fortalezenses insatisfeitos com os elevados níveis de violência da cidade e dispostos a lutar por mais segurança.

A caminhada, que teve como ponto de concentração o Palácio da Abolição, sede do governo do estado do Ceará, e prosseguiu até a Av. Beira Mar, reuniu mais de 2 mil pessoas, direta ou indiretamente atingidas pela violência da capital. O evento parece ter servido também como ponto de partida para diversos outros atos: há sete manifestações político-ideológicas agendadas para esta semana em Fortaleza.

Manifestação em Fortaleza. Foto: Sara Maia
Manifestação em Fortaleza. Foto: Sara Maia

Nesta segunda-feira, 17, aconteceu na Gentilândia, às 16h, o Ato Anticapitalista de Repúdio à Repressão Policial do Estado – um protesto contra a violência da polícia e sua atuação antidemocrática na repressão de manifestantes. Neste mesmo dia, aconteceu também, no Bosque das Letras, no Centro de Humanidades da UFC (CH1), às 18h, a plenária geral de preparação para o Ato Nacional em Defesa do Transporte Público, que clamará, entre outras reivindicações afins, pela gratuidade e confecção imediata das carteirinhas de estudante de 2013. O ato em si está programado para ocorrer nesta quinta-feira (20), no IFCE.

Na quarta-feira (19), ocorre na Arena Castelão a manifestação + Pão – Circo / Copa pra Quem?! , ato pacífico, também apartidário, em repúdio à Copa do Mundo, com concentração marcada para 10h no pátio do supermercado Makro (na Av. Alberto Craveiro) e saída para o Castelão programada para o meio-dia. O cerne do protesto recai sobre os gastos excessivos do governo com a Copa do Mundo, em contraposição à visível carência do país em setores básicos como educação, saúde e transporte público.

Avenida Domingos Olímpio, Fortaleza. Foto: Divulgação
Avenida Domingos Olímpio, Fortaleza. Foto: Divulgação

Para o mesmo dia, está planejado o ato Brasil x México – Todos de Preto, voltado para aqueles que já compraram ingresso para o jogo. A ideia da manifestação é incentivar os torcedores que vão ao estádio a usar preto, pintar as mãos de vermelho e, se possível, levar cartazes, de modo a causar impacto nas redes de televisão durante a transmissão do jogo.

Na sexta-feira, 21, acontece no Teatro do Centro Dragão do Mar, às 16h, o ato Operação Educação 10, visando a uma conscientização quanto à necessidade de investimentos significativos no ensino público de modo a tornar a educação uma prioridade nacional. No sábado, 22, por fim, ocorre a I Caminhada Ceará Pede Paz, com saída programada para as 16h, da Av. Beira Mar.

Texto: Janine Nogueira e Lia Martins

Confira a galeria das manifestações nas principais cidades brasileiras

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Cadê o Plano de Mobilidade Urbana?

Na avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo, homens-placa carregaram mensagens com #cadê, mote da campanha do Greenpeace que convida os brasileiros a pensarem a mobilidade urbana brasileira. Foto: Greenpeace/Otavio Almeida
Na avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo, homens-placa carregaram mensagens com #cadê, mote da campanha do Greenpeace que convida os brasileiros a pensarem a mobilidade urbana brasileira. Foto: Greenpeace/Otavio Almeida

Plano de Mobilidade Urbana (PMU) tem como finalidade a criação de uma infraestrutura que atenda a demanda dos transportes nas grandes capitais brasileiras, dada a partir de uma forma integrada e estratégica. Essa iniciativa vai desde a implantação de faixas exclusivas para ônibus, até o surgimento de ciclovias e avenidas.

Com a chegada da Copa do Mundo, as cobranças em busca do Plano de Mobilidade Urbana foram intensificadas. O estádio Castelão, em Fortaleza, foi o primeiro a ser concluído no Brasil, contudo ainda restam muitas obras para serem terminadas. As reformas ainda não ultrapassaram nem 30% do que foi acordado. Segundo a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura (Seinf), apenas duas das seis obras negociadas serão entregues até a Copa das Confederações.

Banner de 10 metros de comprimento em passarela da Radial Leste, São Paulo, cobrou a implementação de corredor de ônibus no local. Foto: Greenpeace/Otavio Almeida
Banner de 10 metros de comprimento em passarela da Radial Leste, São Paulo. Foto: Greenpeace/Otavio Almeida

Com isso, no dia 10 de abril de 2013, o Greenpeace iniciou sua campanha, com a finalidade de acompanhar o projeto de mobilidade urbana das cidades. Os organizadores foram para as ruas da capital Paulista a fim de cobrar o desenvolvimento das obras prometidas, mas que não foram cumpridas. “No viaduto Guadalajara foi estendido um “banner” com dez metros de extensão com a seguinte frase “ Cadê o corredor do ônibus que poderia está aqui?”.

A partir disso, o Greenpeace oferece, em seu site oficial, todas as informações sobre o tema e exibe o panorama de como estão sendo construídos os Planos de Mobilidades Urbanas. Além disso, o cidadão pode participar ativamente da campanha, por meio da cobrança das ações efetivas do Governo.

Texto: Thaís Barbosa

 

Espiralados desbravam a arte paulista

Museu de Arte de São Paulo, MASP, um dos pontos que o grupo vai visitar. Foto: Divulgação

Um grupo de professores e estudantes da Unifor, irá a São Paulo hoje, dia 11, para conhecer espaços artísticos e visitar a Bienal de São Paulo. A turma faz parte do grupo Espiralados, que tem como objetivo discutir a arte em diversas vertentes. Além das discussões, o grupo organiza visitas a espaços culturais e ateliês de artistas. Na capital paulista, os integrantes estão com uma programação extensa: visitarão o MASP, a retrospectiva de Lygia Clark, que é a artista brasileira considerada mais importante hoje, no exterior; a exposição individual de Adriana Varejão, a Pinacoteca, dentre outros pontos de arte e turismo.

Pablo Manyé, professor de Belas Artes, e um dos responsáveis pelo grupo, afirma que conhecer como esses espaços é enriquecedor. O professor explica que a viagem proporcionará aos alunos conhecimentos que só são obtidos fora da sala de aula, em contato mais próximo com as obras e com os artistas. “É importante que um estudante de arte não seja formado apenas pelo conhecimento acadêmico, mas pelo contato direto com as artes.”

O grupo Espiralados é formado por voluntários interessados em arte, estudantes, professores e comunidade acadêmica. Não há pré-requisitos para ingressar, entretanto a maioria dos participantes são do curso de Belas Artes. A Unifor cede espaço para a realização das reuniões, que acontecem semanalmente. “A arte não é apenas um aprendizado, é uma forma de vida, e para que se viva intensamente é preciso realmente conhecer as obras e suas fontes”, garante Pablo.

Texto: Suélen Ramos

[Foca Nessa] Parque faz a diferença na vida corrida de São Paulo

Foto: Caio Pinheiro

A primeira impressão que temos ao chegar ao Parque do Ibirapuera é que no meio de toda aquela selva de concreto existe um lugar de ar puro, onde o verde da natureza predomina. O parque oferece diversas opções de atividades físicas que podem ser praticadas ao ar livre, também conta com uma programação cultural bastante vasta, juntando esportes e cultura no mesmo ambiente.

Lugar de trabalho, de relaxar, de se exercitar, tudo isso se faz presente na rotina de quem frequenta o Ibirapuera. Para quem está visitando pela primeira vez é até difícil escolher o que fazer primeiro, ou qual caminho percorrer dentro do parque. Existem diversas formas de explorá-lo: caminhando, andando de skate, de bicicleta, de patins, de qualquer jeito você estará se movimentando, a diferença está na experiência que cada um proporciona.

O local reúne diversos grupos de esportistas, os skatistas costumam ficar na descida próximo ao portão C, onde é possível alugar bicicletas pelo preço de cinco reais a hora, ou na descida do Museu Afrobrasil. Podem ser praticados na ciclovia ou nas pistas, porém é bom ficar atento nos horários de pico para não machucar ninguém. Tem também o pessoal do slackline, modalidade praticada entre as arvores. Os mais comuns também estão presentes, o velho futebol com trave de chinelo, a roda de altinha, quadras de basquete, de volley, e espaços para musculação.

Outra cena bastante comum é a realização de piqueniques, prática que entretem crianças e adultos. São diversos lugares para estender sua toalha e desfrutar uma refeição ao ar livre.

O parque conta ainda com três Museus: O Museu de Arte Contemporânea ( MAC), o Museu de Arte Moderna (MAM ) e o Museu Afro Brasil. Entre outros espaços culturais com programações diversas. Tudo isso somado a preocupação ambiental faz do Ibirapuera o mais importante parque da cidade, reunindo diversas tribos e fazendo a alegria de quem o frequenta.

O Parque do Ibirapuera fica no bairro Ibirapuera, e a melhor forma de se chegar é de carro ou ônibus. O seu horário de funcionamento vai de 5h as 0h todos os dias e a entrada é grátis.

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Texto e fotos:  Caio Pinheiro
Orientação: Profa. Adriana Santiago