“Se tudo é notícia, nada é notícia”

Adriana Santiago, Plínio Bortolotti e Fábio Santos. Foto: Felipe Toscano
Adriana Santiago, Plínio Bortolotti e Fábio Santos. Foto: Felipe Toscano

Foi assim que se deu início a mais um Ciberdebates. Realizado no auditório da biblioteca da Universidade de Fortaleza,das 8 às 11h, o debate teve como tema Jornalismo Tradicional X Mídias Alternativas, focando na cobertura dos movimentos populares que vêm acontecendo no país nos últimos meses.

A professora Adriana Santiago, doutoranda de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea, abriu o evento falando sobre sua intenção de pesquisa: entender qual o papel social do Jornalismo e o que é de fato jornalismo hoje neste mundo em transformação, o que mudou na forma de produção e como os profissionais estão trabalhando os critérios de noticiabilidade: “se tudo é notícia, nada é notícia”, pontuou.

Foto: Felipe Toscano
Foto: Felipe Toscano

Adriana citou a mídia alternativa como uma narrativa independente, que informa dinamicamente, mas não possui uma responsabilidade social diária e ética com o público. “A mídia Ninja não se sustenta só com o financiamento coletivo e é justamente isso que diferencia a imprensa comercial para a não comercial”.

O segundo convidado a debater foi o jornalista e diretor Institucional do Grupo de Comunicação O Povo, Plínio Bortolotti. O jornalista defende que as diferentes mídias podem conviver juntas. “Não acredito que exista divergência entre os dois tipos de mídia”. Plínio criticou, ainda, as práticas da alternativa e as críticas que essa mídia faz ao jornalismo tradicional. Destacou que o fato de um jornal ser editado não desmerece seu conteúdo. “Mostrar tudo é o mesmo que mostrar nada (como faz a mídia Ninja). Todos nós temos a necessidade de editar tudo na nossa vida, de acordo com aquilo que acreditamos ser mais interessante e/ou necessário”, reforçou.

Foto: Felipe Toscano
Foto: Felipe Toscano

Plínio salientou também que “nem tudo que é novo é isento de críticas, nem tudo que é velho pode ser jogado fora”. Para ele, a mídia alternativa pode ser chamada de jornalismo e nos dias de hoje não se espera mais que o jornalista chegue primeiro no local do acontecimento.

Em seguida, o professor da rede estadual de ensino do Ceará e membro da Rapadura Ninja, Fábio Santos, definiu-se como “mídia off”, um mídiativista por não fazer parte diretamente de nenhuma organização. Fazendo críticas ao sistema capitalista, Fábio discursou sua fala em torno da superficialidade das coberturas dos veículos tradicionais. “Infelizmente a maioria das pessoas fica somente na superfície dos acontecimentos, na aparência”.

Texto: Márcia Rios e Suellen Sales

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